ESTUDOS GRAMATICAIS


Leia o texto a seguir para responder à questão proposta.

 

Muito do que gastamos (e nos desgastamos) nesse consumismo feroz podia ser negociado com a gente mesmo: uma hora de alegria em troca daquele sapato. Uma tarde de amor em troca da prestação do carro do ano; um fim de semana em família em lugar daquele trabalho extra que está me matando e ainda por cima detesto.

Não sei se sou otimista demais, ou fora da realidade. Mas, à medida que fui gostando mais do meu jeans, camiseta e mocassins, me agitando menos, querendo ter menos, fui ficando mais tranquila e mais divertida. Sapato e roupa simbolizam bem mais do que isso que são: representam uma escolha de vida, uma postura interior.

Nunca fui modelo de nada, graças a Deus. Mas amadurecer me obrigou a fazer muita faxina nos armários da alma e na bolsa também. Resistir a certas tentações é burrice; mas fugir de outras pode ser crescimento, e muito mais alegria.

 

LUFT, L. Pensar é transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2011.

 

 

Nesse texto, há duas ocorrências de dois-pontos. Na primeira, eles anunciam uma enumeração das negociações que podemos fazer conosco. Na segunda, eles introduzem uma


comparação entre ostentação e conforto em termos de vestuário.


retomada da ideia de negociação discutida no primeiro parágrafo.


opinião sobre o uso de jeans, camiseta e mocassins.


conclusão acerca da oposição entre otimismo e realidade.


explicação sobre a simbologia de sapatos e roupas.

FÍSICA COM A BOCA

Por que nossa voz fica tremida ao falar na frente do ventilador?

 

Além de ventinho, o ventilador gera ondas sonoras. Quando você não tem mais o que fazer e fica falando na frente dele, as ondas da voz se propagam na direção contrária às do ventilador. Davi Akkerman – presidente da Associação Brasileira para a Qualidade Acústica – diz que isso causa o mismatch, nome bacana para o desencontro entre as ondas. “O vento também contribui para a distorção da voz, pelo fato de ser uma vibração que influencia no som”, diz. Assim, o ruído do ventilador e a influência do vento na propagação das ondas contribuem para distorcer sua bela voz.

 

Disponível em: . Acesso em: 30 jul. 2012 (adaptado).

 

Sinais de pontuação são símbolos gráficos usados para organizar a escrita e ajudar na compreensão da mensagem. No texto, o sentido não é alterado em caso de substituição dos travessões por

 


vírgulas, para acrescentar uma caracterização de Davi Akkerman.


reticências, para deixar subentendida a formação do especialista.


ponto e vírgula, para enumerar informações fundamentais para o desenvolvimento temático.


aspas, para colocar em destaque a informação seguinte.


dois-pontos, para acrescentar uma informação introduzida anteriormente.

Leia as assertivas a seguir:

I- As conjunções e as preposições, palavras que ligam palavras e orações, estabelecendo relações de coordenação, subordinação, oposição, causalidade, consequência, comparação, etc., são de extrema importância na comunicação humana

PORQUE

II- As formas de comunicação e de relacionamento social tornaram-se cada vez mais complexas e, para dar conta dessa complexidade crescente no mundo, a linguagem verbal também se desenvolveu e criou mecanismos específicos para estabelecer relações entre as ideias, relações essas que podem ser estabelecidas, por exemplo, pelas classes de palavras apresentadas (conjunção e preposição).


A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.


As asserções I e II são proposições falsas.


A asserção I é uma proposição verdadeira, e a asserção II é uma proposição falsa. 


As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. 


A asserção I é uma proposição falsa, e a asserção II é uma proposição verdadeira. 


As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira. 

Leia o texto a seguir:

 

É fato sabido que a colocação dos pronomes átonos no Brasil difere apreciavelmente da atual colocação portuguesa e encontra, em alguns casos, similar na língua medieval e clássica.

 

Em Portugal, esses pronomes se tornaram extremamente átonos, em virtude do relaxamento e ensurdecimento de sua vogal. Já no Brasil, embora os chamemos ‘átonos’, são eles, em verdade, semitônicos. E essa maior nitidez de pronúncia, aliada a particularidades de entoações e a outros fatores (de ordem lógica, psicológica, estética, histórica etc.), possibilita-lhes uma grande mobilidade de posição na frase, que contrasta com a colocação mais rígida que têm no português europeu.

 

Infelizmente, certos gramáticos nossos e grande parte dos professores da língua, esquecidos de que esta variabilidade posicional, por ser em tudo legítima, representa uma inestimável riqueza idiomática, preconizam, no particular, a obediência cega às atuais normas portuguesas, sendo mesmo inflexíveis no exigirem o cumprimento de algumas delas, que violentam duramente a realidade linguística brasileira e que só podem ser seguidas na língua escrita, ou numa elocução altamente formalizada.

 

Esta é, a nosso ver, a primeira distinção que as duas variantes nacionais da língua portuguesa apresentam em sua forma culta: a vigência de uma só norma em Portugal; no Brasil, a ocorrência de dualidade ou de assimetria de normas, com predominância absoluta da norma portuguesa no campo da sintaxe, o que dá a aparência de maior coesão do que a real entre as duas modalidades idiomáticas, principalmente na língua escrita.

 

É a história que vai explicar-nos esta relativa unidade da língua culta de Portugal e do Brasil e as sensíveis, por vezes profundas, diferenças da língua popular em áreas dos dois países.

 

(Celso Cunha. Política e cultura do idioma, In: Língua, nação e alienação. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981, p.15-18. Adaptado.)

 

Analisando a função de alguns advérbios empregados no texto, podemos afirmar que:

 

1. no trecho: “É fato sabido que a colocação dos pronomes átonos no Brasil difere apreciavelmente da atual colocação portuguesa”, o termo destacado desempenha a função de intensificar a ação descrita pelo verbo ‘difere’.

2. no trecho: “Infelizmente, certos gramáticos nossos e grande parte dos professores da língua (…) preconizam, no particular, a obediência cega às atuais normas portuguesas”, o termo em destaque revela a opinião do autor acerca da afirmação que faz.

3. no trecho: “e que só podem ser seguidas na língua escrita, ou numa elocução altamente formalizada”, o termo em destaque incide sobre o nome ‘elocução’, e tem o papel de enfatizar uma de suas qualidades.

4. no trecho: “sendo mesmo inflexíveis no exigirem o cumprimento de algumas delas, que violentam duramente a realidade linguística brasileira”, o termo destacado expressa totalidade, equivalendo a ‘completamente’.

 

Estão corretas as afirmações:


 3 e 4 apenas


 1 e 2 apenas


 1 e 3 apenas


 1, 2, 3 e 4


 2 e 4 apenas

Leia a afirmativa a seguir da linguista Inez Sautchuk.

 

“____________ é uma das classes de palavras que mais facilmente se ajusta a uma identificação de natureza morfossintática, pois não deixa de ser sempre uma palavra inevitavelmente marcada pelas desinências número-pessoa/modo-temporais [...]” (SAUTCHUK (2010, p. 24).

Fonte: SAUTCHUK, I. Prática de morfossintaxe: como e por que aprender análise (morfo)sintática. Barueri: Manole, 2010. Disponível na Biblioteca virtual Pearson.

 

A partir dos estudos feitos sobre as classes de palavras e tendo como referência o livro de apoio (MAMEDE, 2017), podemos inferir que a estudiosa fala dos:


Pronomes.


Numerais.


Substantivos.


Advérbios.


Verbos.

Nas palavras de Mamede (2017, p. 40), "Interjeição é a palavra invariável que exprime emoção ou sentimento súbito, como alegria, dor, espanto, saudação, chamamento ou vocativo, medo, indignação, advertência, desagrado". Diante dessa explicação, leia o trecho de um poema de Augusto dos Anjos.


NOITE DE UM VISIONÁRIO

Número cento e três. Rua Direita.
Eu tinha a sensação de quem se esfola
E inopinadamente o corpo atola
Numa poça de carne liquefeita!
-- “Que esta alucinação tátil não cresça!”
-- Dizia; e erguia, oh! céu, alto, por ver-vos,
Com a rebeldia acérrima dos nervos
Minha atormentadíssima cabeça.

Fonte: Disponível em: Acesso em 17 ago 2017.

 

A partir da leitura atenta do poema e seus conhecimentos sobre as interjeições, assinale a alternativa em que o termo destacado no verso do poema é uma interjeição.


"Dizia; e erguia, oh! céu, alto, por ver-vos".


"Número cento e três. Rua Direita".


"Que esta alucinação tátil não cresça!".


"Com a rebeldia acérrima dos nervos".


"Minha atormentadíssima cabeça".

Leia o trecho da crônica a seguir, de Paulo Mendes Campos, intitulado "No subúrbio da gramática".

"Conjunção – Palavra invariável que liga e relaciona entre si duas orações completas ou incompletas. Exemplos [...] Casimiro de Abreu aos oito anos de idade andava descalço, conforme se sabe. – Sete cidades gregas reclama a cidadania de Homero, e, contudo, há quem afirme que ele nem nasceu. – D. H. Lawrence gostava de cachorros, crisântemos, de cobras venenosas, mas embirrava muito com as pessoas. – Não sei se Rui Barbosa teria medo de avião. – Caso Cleópatra estivesse viva, os fotógrafos não a deixariam em paz; daí o ter morrido; sem embargo, ninguém sabe que espécie de ofídio lhe deu a morte. [...] – Jarry já chora, já ri. Todo mundo gostava de La Fontaine, visto que tratava bem as formigas. – Kant era mais pontual do que o relógio. [...] – Desde que Shelley caísse na água, Byron ficava apavorado."

In: CEREJA, W. R.; MAGALHÃES, T. C. Português linguagens: volume 2. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 210.

 

No texto, o cronista cria, perfeitamente, um jogo entre o conceito gramatical da conjunção e a licença poética, ou seja, os exemplos apresentam orações relacionadas entre si por conjunções, mas oferecem, sobre as pessoas citadas, informações que não passam de um exercício poético. A partir disso, analise as afirmativas a seguir quanto aos valores semânticos das conjunções empregadas no texto.


I. Em "Casimiro de Abreu aos oito anos de idade andava descalço, conforme se sabe.", a conjunção destacada tem valor de conformidade.
II. No trecho "D. H. Lawrence gostava de cachorros, crisântemos, de cobras venenosas, mas embirrava muito com as pessoas.", o mas foi empregado com sentido de oposição.
III. Quando o cronista diz "Todo mundo gostava de La Fontaine, visto que tratava bem as formigas.", o termo destacado indica a causa, o motivo, a razão pelo qual todos gostavam de La Fontaine, ou seja, é uma conjunção causal.

 

A partir da análise, é correto o que se afirma em:


Apenas em II.


I e II.


I, II e III.


Apenas em I.


II e III.

Leia o texto a seguir para responder à questão.

 

Figura 01.

Fonte: Acervo EAD Uniube

 

Na cena, vemos um casal conversando. O homem, pela sua postura, parece tentar conseguir a atenção da mulher que está com um semblante meio triste. A sugestão reforçada pelo texto (“você tem que me dar uma tricentésima quadragésima segunda chance”) é de que a relação dessas duas pessoas é marcada por muitos conflitos.

Nesse contexto, o efeito de humor presente na charge está marcado pela utilização do numeral 342, ficando pressuposto que a moça já o perdoou 341 vezes.

 

Partindo desse contexto, é possível afirmar que:


Há, no texto, uma representação da complexidade das relações humanas. A expressão (tricentésima quadragésima segunda) foi utilizada para forçar o leitor a reconhecer o grau de dificuldade enfrentada pelo casal que tenta se reconciliar. Portanto, não podemos defini-la como um numeral, mas como um artigo definido.


O uso de uma expressão quantificadora do número exato de “chances” que o rapaz espera da moça, pode indicar que a moça já o perdoou antes e ele ainda não modificou seu comportamento.


No texto, há uma representação do comportamento de vários casais atualmente que, por diversas questões, buscam se reconciliar diversas vezes. Assim, não há o porquê de se utilizar o numeral para quantificar as chances que o casal tenta se reconciliar.


A expressão quantificadora “tricentésima quadragésima segunda” foi utilizada para exagerar e emocionar o leitor, intensificando que o casal, assim como outros, conseguem se reconciliar com frequência.


A expressão quantificadora, denominada como numeral, indica, com certa dúvida, a quantidade de vezes em que o casal tentou se reconciliar. Com tantas brigas, não é possível mensurar quantas foram as idas e vindas.

De acordo com Mamede (2020, p. 13), “ o substantivo apresenta as flexões de gênero e de número. Quanto ao gênero, são o masculino e o feminino. Em português não ocorrem substantivos do gênero neutro, como em algumas línguas, geralmente o latim e o grego”.

 

MAMEDE, Newton Luís. Língua Portuguesa / Estudos gramaticais. Uberaba: Universidade de Uberaba, 2020.

 

Nesse sentido, em qual das alternativas todas as palavras pertencem ao gênero masculino?


Sistema, guaraná, rês, anátema.


Dilema, perdiz, tribo, axioma.


Dinamite, agiota, trema, cal.


Eclipse, telefonema, dó, aroma.


Estratagema, bílis, omoplata, gengibre.

“[...] uma sociedade complexa como a nossa – composta por milhões de pessoas distribuídas por um vasto território e envolvidas numa miríade de atividades diferentes – precisa estimular uma certa padronização linguística para que a interlocução ampla e suprarregional possa se realizar sem maiores embaraços.

            Uma sociedade complexa vive atravessada, portanto, por duas forças: a diversidade que lhe é própria tende a multiplicar indefinidamente a variação linguística. Por outro lado, para manter laços integradores, a sociedade precisa desenvolver meios de relativa padronização. Isto é: sem perder a dinâmica diversificadora, a sociedade precisa cultivar e difundir uma certa variedade – relativamente isenta de marcas muito restritas do ponto de vista social e regional – para ser usada nos meios de comunicação social, no funcionamento do Estado, no ensino.”

 

FARACO, Carlos Alberto. Português: língua e cultura. Curitiba: Base Editora, 2003, p. 165. (fragmento)

 

Partindo da afirmação de Faraco sobre aspectos da língua padrão, avalie as asserções que seguem e as relações entre elas.

 

I. A língua padrão é uma construção cultural: os letrados privilegiam certos modos de dizer como aqueles mais adequados em certas atividades de fala e na escrita

 

PORQUE

 

II. A língua padrão tem funcionado não como um fator de integração social, mas de discriminação e exclusão.

 

 

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.


As asserções I e II são proposições falsas.


As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.


A asserção I é uma proposição verdadeira, e a asserção II é uma proposição falsa.


As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.


A asserção I é uma proposição falsa, e a asserção II é uma proposição verdadeira.

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